Publicado primeiramente em 1887 no formato de folhetim, A Relíquia consiste nas memórias fictícias de um certo Teodorico Raposo, o protagonista da história. Órfão de pai e mãe, ele foi criado por Dona Patrocínio, uma tia beatíssima e solteirona. Desde pequeno, Teodorico aprende a arte do fingimento e da adulação, e passa a levar uma vida dupla diante da tia, um beato temente a Deus longe dela, um libertino que se entrega a uma existência dissoluta. Na expectativa de tornar se herdeiro da rica senhora, aceita fazer uma viagem de romaria a Jerusalém, a Terra Santa, onde tem início a desgraça do nosso picaresco protagonista. Esta narrativa disseca a natureza do fervor religioso e a hipocrisia dos costumes sociais.