Publicado em 1875, O crime do padre Amaro gerou polêmica, escândalo e revolta, sobretudo nos meios eclesiásticos e na alta sociedade. Tratava se da primeira obra de ficção do jovem Eça de Queiroz (1845 1900). A razão do escândalo no romance, o recém ordenado padre Amaro vai trabalhar na cidade portuguesa de Leirira (onde o próprio Eça de Queiroz viveu no período que escreveu a obra). Lá, colocando em prática o que aprendera no seminário, depara se com as contradições e as impossibilidades do catolicismo tal como pregado e praticado. E acaba envolvendo se de maneira perigosa com a jovem Amélia, num drama levado à mais alta realização pela narrativa e estilística do autor. O livro inaugura o chamado realismo na literatura portuguesa, e descrições tão cruas de hipocrisias envolvendo o clero, a própria religião católica e a sociedade burguesa chocaram o moralismo da época.