No título, faz se uma homenagem à cidadezinha de pescadores próxima a Valparaíso, onde, em 1939, onde o autor comprou a casa em que viveria com a mulher Mathilde Urrutia até a sua morte, em 1973. São memórias em forma de verso e, como tal, não poderiam deixar de se referir ao mar. Memorial de Isla Negra é uma versão mais íntima do poeta chileno, que em seus poemas desvela a indagação da própria substância espiritual, tateia sua geografia interior na qual o amor ocupa lugar central, fazendo as vezes de raízes. E, ao fazê lo, canta também as angústias e preocupações do homem localizado no mundo, mundo que ele sente e de cujos acontecimentos participa.