Idiota da Familia, O V.1



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Autor:
Sartre, Jean Paul
Editora:
L&PM
Formato:
LIVRO DE BOLSO
Idioma:
PORTUGUÊS
Edição:
1
Páginas:
1112
Acabamento:
BROCHURA
Peso:
1.24 kg

O homem nunca é um indivíduo seria melhor chamá lo universal singular, diz Sartre no prefácio desta obra. Porque o homem é um ser situado, universalizado por sua época, mas que nela se reproduz como individualidade. É preciso estudá lo por essas duas facetas, pois é sempre redutora a opção por um ponto de vista único a simples universalização faria dele nada mais que a soma de generalidades abstratas, enquanto a singularização restringiria sua vida a uma sequência de episódios particulares. É preciso ir de um ponto de vista ao outro, incessantemente. É preciso saber tudo o que é possível saber. Trata se de um procedimento dialético que Sartre emprega com maestria em O idiota da família.Seduzido pela obra de Flaubert (que ele considerava o seu oposto), Sartre faz dele o alvo e o pretexto de um estudo monumental. Suas fontes são abundantes (mais de uma dezena de volumes de cartas, testemunhos incontáveis dos irmãos Goncourt, de George Sand e as próprias obras de juventude de Flaubert), às quais se soma uma verveexuberante, grande fluência de escrita e uma paixão inesgotável, que lhe consumiu quinze anos de trabalho. Mas por onde começar Para Sartre, essa preocupação é desnecessária podemos entrar em um morto da maneira que quisermos. O essencial é partir de um problema. (...) Flaubert nos remete à sua proto história. O que se precisa tentar conhecer é a origem dessa chaga sempre escondida e que, de todo modo, tem origem em sua primeira infância. Este não será, acredito, um mau começo. Partindo dessa reflexão, o primeiro volume trata da constituição de Flaubert a partir de seu meio familiar. Mãe fria e pai autoritário são os ingredientes determinantes da passividade pessimista do adolescente, para quem a realidade é essencialmente má.No segundo volume, a neurose de Flaubert ganha contornos mais nítidos. Ocorre a personalização, que é a vivência concreta do condicionamento infantil, com a resultante opção pelo irreal. No terceiro volume apresenta se a hipótese de que a neurose subjetiva de Flaubert seria a particularização de uma neurose coletiva, compartilhada pela elite culta da burguesia do Segundo Império francês. O resultado é um estudo originalíssimo. Surgindo num momento em que reinavam debates teóricos de extrema abstração, O idiota da família surtiu efeito devastador, com sua ambição desmedida e ao mesmo tempo artesanal de pôr à prova todos os conhecimentos disponíveis no estudo de um caso concreto e de fundar uma antropologia dialética e totalizadora, em que se mesclam existencialismo, marxismo e psicanálise. É uma obra solitária, ápice e conclusão de uma vida. Interrompido abruptamente pela cegueira de seu autor, O idiota da família é um marco, por ter unido magistralmente literatura e filosofia sob a pena de um dos maiores intelectuais do século XX.


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