"Nesta breve coletânea ilustrada pela artista Ana Prata o leitor vai conhecer as muitas faces da poeta que se dedicou ao amor com total devoção Do primeiro livro de poesia Presságio de 1950 até o último Cantares do sem nome e de partidas de 1995 o amor atravessa toda a produção poética de Hilda Hilst Em constante diálogo com a tradição de odes trovas e cantares os poemas tematizam o amor em suas múltiplas formas: a entrega ao amado o desejo ardente a expectativa pelo encontro o medo da despedida Com vasto repertório de imagens Hilda cria um universo admirável composto por terra árvores cascas frutas raízes plantas flores "Deitamos a semente/ E ficamos à espera de um verão" escreve Os pássaros também pousam com frequência nos versos com suas asas que nem sempre simbolizam a liberdade: há asas de fogo de espanto mas há também asas de ferro asas arrancadas Há sobretudo a vontade urgente de ser lida compreendida olhada outra vez: "Me fizeram de pedra/ quando eu queria/ ser feita de amor"