Daniel parece sangrar um pouco a cada crônica que escreve. Trata de amor com a eloquência lírica da juventude e, ao mesmo tempo, com conclusões empíricas, de quem desde muito cedo aprendeu a observar e registrar o comportamento e as relações humanas. Papo de botequim diriam alguns, mas o fato é que seus textos nos despertam os sentidos, nos tiram do estado letárgico agrada, alivia, incomoda, angustia... Não importa, faz sentir porque faz sentido.Outro dia perguntei pra um amigo se ele sentia que as pessoas interessantes tinham sumido e ele disse que sim. Mais uma corja de amigos recém eparados e na mesma faixa de idade responderam o mesmo. E isso me faz pensar se a gente é que ficou desinteressante, ou se o limbo emocional nossa casa constante com o passar dos anos e dos relacionamentos acabou tornando a gente mais exigente e maduro. Ou se realmente anda difícil encontrar conexão emocional numa época em que os aplicativos de pegação, a variedade de opções e a falta de tempo costumam transformar em instantâneos os relacionamentos que já estavam se tornando efêmeros.