Doçura, inteligência, graça, suavidade lembra Também imaginei que estivessem em extinção, mas descobri que seguem vivas nas páginas de Que ninguém nos ouça. Não que seja uma literatura para mocinhas inocentes o assunto muitas vezes é barra. Nem Leila, nem Cris saltaram de um conto de fadas. Porém, mesmo quando confidenciam a parte trash de suas trajetórias, a delicadeza continua mantendo o tom. Amargas Nem que quisessem. Nem que tentassem. É o único talento que elas não têm. Duas mulheres incomuns e com experiências singulares só pelo voyeurismo consentido, já valeria dar uma espiada nessa troca de e mails entre as duas. Porém, basta abrir a primeira página para perdermos a ilusão de que teremos algum controle sobre a leitura. É a Leila e a Cris que seguram o leitor nas mãos fisgado e rendido, ele ficará preso até a última linha, quando então retornará à vida acreditando novamente na espécie humana. (Martha Medeiros)