Assim que a Memória de Homero Recuperou as Típicas de Aníbal Troilo e de Francisco Canaro, que Escutava Pelas Ondas Curtas da Rádio Belgrano de Buenos Aires, Quando era Jovem, Suas Pernas Foram Tecendo os Movimentos e os Floreios Mais Ousados do Tango. de Repente, Lembrando as Figurações que Fazia Quando Bailava na Zona e as Mulheres Faziam Fila Para Estar com Ele, Suas Pernas se Juntaram às de Victória, Como se Sustentassem um Único Corpo. Dançaram e Dançaram... é Mais ou Menos Assim que Somos Tratados Pelo Autor aos Poucos Começa se a Escutar a Melodia do Tango ao Longe, nas Entrelinhas, o Compasso Marcado, Dois por Quatro, se Alinha às Batidas do Nosso Coração e eu Acho que é Nessa Hora que Somos Convidados a Dançar. Carregados Generosamente Pelas Mãos Sujas de Tinta e Desejo de Priscyla ou Pela voz de Victória, a Neta de Gardel, ou Arrastados Gravemente Como a Letra de um Tango Pelas Mãos Trêmulas de Homero. já não há Mais Volta, Estamos no Meio do Salão, à Media Luz, no Centro do Mundo, no Meio da História. só nos Resta Rememorar a Paixão Pela Vida e Embriagar o Medo de que Nada Daquilo Esteja Mesmo Acontecendo. Agora a Única Opção que Temos é Responder ao Autor Qual a Diferença Entre uma Máquina de Lavar e o Desaparecimento de um Bando de Pombas Qual a Diferença Entre a Realidade e a Fantasia Deixe se Levar. Segundo Discépolo, Grande Poeta Argentino, o Tango é um Pensamento Triste que se Pode Dançar, eu Diria que a Neta de Gardel, de Waldomiro Manfroi, é um Livro que se Pode Dançar, Rir, Entristecer e Amar de Novo.