O sonho de uma noite de verão (1597) é uma das comédias de Shakespeare mais conhecidas e representadas. Como seu título faz prever, a comédia parece ter sido escrita para uma festa talvez a noite de São João ou as bodas de algum nobre.
Na palavra sonho há uma natural conotação de despojamento, incerteza sonho pode ser qualquer um, qualquer coisa ... assim Harold Bloom esmiúça o título desta que é considerada a primeira obra-prima de Shakespeare, drama singular em sua produção. Nesta fábula, há uma variedade de temas e relações, onde folclore e mitologia aliados ao encadeamento mágico e trágico compõem um painel onírico jamais visto em nenhuma das obras do dramaturgo inglês. Essa polifonia talvez seja a grande virtude deste texto em que Shakespeare utiliza-se de uma fina e inteligente comicidade para deixar a reverência a deuses e reis de lado, apresentando tais seres veneráveis sob aspectos pouco solenes seres cuja elevação resida mesmo em suas próprias insuficiências e imperfeições, reforçando o caráter essencialmente universalista da obra do bardo inglês.